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sábado, 9 de outubro de 2010

Podia ter nascido amanhã!

O castigo que nos cerca todos os dias tem haver mais com o que deixamos de fazer do que as coisas ou os males que fizemos. Das duas uma, ou nós somos excepcionais em tudo que fazemos (inclusive somos bons em “viver”) ou arrogantes de mais para admitirmos o contrário. Mais a questão aqui não é o passado e sim o futuro. Em uma semana onde foi apresentada ao mundo pernas andróide, temos a falsa impressão de que a ciência e tecnologia vão nos ajudar a passar pelos problemas que a vida apresenta para nós todos os dias como um pseudo paraíso! O problema é que o paraíso fica no céu, e pra chegar lá não seriam pernas e sim asas... Nossas questões morrem mesmo antes de nós digerirmos, que indigesto! Pensarmos que sabemos tudo do nosso passado é a certeza que nós conseguimos administrar. Doce ilusão... Tecnicamente não nos recordamos nem de 10% do que vivemos, e naquilo que conseguimos pescar na memória, falta a nós um olhar maduro para aceitar todas as trapalhadas que vivemos ativa ou passivamente. O que nos incomoda mesmo, é que a medida que o tempo vai passando percebemos de uma forma muito clara e assustadora que o mais tangível da nossa vida é insólito perto do que nos é proposto todos os dias pela esperança dela! Não ansiamos pela morte (pelo menos não todos os dias) e vivemos fugindo dela, a questão é que o tempo agora nos traz incertezas sobre se estamos vivos ou não, sobretudo quando nosso referencial está atrelado a nossa mente. De volta para o futuro é quando percebemos que estamos rindo da vida como se estivéssemos vivos, achando que somos felizes, que temos objetivos e que descobrimos os segredos do tempo... Verdadeiramente estamos mortos nos nossos próprios pecados e delitos, e mais, além de não enxergarmos nada a nossa frente, o presente já nos sufoca... Mais e o pudor de ser simples, feliz vivendo o hoje, dia-a-dia... Quem o inventou? Certamente não era ninguém conhecido porque morreu e foi esquecido. Se tivesse inventado o amor seria eterno e famoso como Deus!

Por Luiz Fernando de Camargo Alves

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